terça-feira, abril 23

Dia Mundial do Livro

Segundo o twitter e as outras redes sociais, hoje é o Dia Mundial do Livro e como me falta tempo pra algo mais elaborado mas eu simplesmente não posso deixar de lado desse dia, resolvi postar aqui um trecho bemgrandinho que eu simplesmente adoro. Com certeza, um dos meus quotes favoritos de todos os livros que eu li. Deliciem-se! E identifiquem-se completamente, amantes de livros.


"Já logo na vitrine da livraria, identificou a capa com o título que procurava. Seguindo essa pista visual, você abriu caminho na loja, através da densa barreira dos Livros Que Você Não Leu que, das mesas e prateleiras, olham-no de esguelha tentando intimidá-lo. Mas você sabe que não deve deixar-se impressionar, pois estão distribuídos por hectares e mais hectares os Livros Cuja Leitura É Dispensável, os Livros Para Outros Usos Que Não a Leitura, os Livros Já Lidos Sem Que Seja Necessário Abri-los, pertencentes que são à categoria dos Livros Já Lidos Antes Mesmo De Terem Sido Escritos. Assim, após você ter superado a primeira linha de defesas, eis que cai sobre sua pessoa a infantaria dos Livros Que, Se Você Tivesse Mais Vidas Para Viver, Certamente Leria De Boa Vontade, Mas Infelizmente Os Dias Que Lhe Restam Para Viver Não São Tantos Assim. Com movimentos rápidos, você os deixa para trás e atravessa as falanges dos Livros Que Tem A Intenção De Ler Mas Antes Deve Ler Outros, dos Livros Demasiado Caros Que Podem Esperar Para Ser Comprados Quando Forem Revendidos Pela Metade Do Preço, dos Livros Idem Quando Forem Reeditados Em Coleções De Bolso, dos Livros Que Poderia Pedir Emprestados A Alguém, dos Livros Que Todo Mundo Leu E É Como Se Você Também Os Tivesse Lido. Esquivando-se de tais assuntos, você alcança as torres do fortim, onde ainda resistem
os Livros Que Há Tempos Você Pretende Ler,
os Livros Que Procurou Durante Vários Anos Sem Ter Encontrado,
os Livros Que Dizem Respeito A Algo Que O Ocupa Neste Momento,
os Livros Que Deseja Adquirir Para Ter Por Perto Em Qualquer Circunstância,
os Livros Que Gostaria De Separar Para Ler Neste Verão,
os Livros Que Lhe Faltam Para Colocar Ao Lado De Outros Em Sua Estante,
os Livros Que De Repente Lhe Inspiram Uma Curiosidade Frenética E Não Claramente Justificada.
Bom, foi enfim possível reduzir o número ilimitado de forças em campo a um conjunto certamente muito grande, conquanto calculável num número finito, embora esse alívio relativo seja solapado pelas emboscadas dos Livros Que Você Leu Há Muito Tempo E Que Já Seria Hora De Reler e dos Livros Que Sempre Fingiu Ter Lido E Que Já Seria Hora De Decidir-Se A Lê-Los Realmente.
Você se livra com rápidos ziguezagues e, de um salto, penetra na cidadela das Novidades Em Que o Autor Ou O Tema São Atraentes. Uma vez no interior dessa fortaleza, pode abrir brechas entre as fileiras de defensores e dividi-los em Novidades De Autores Ou Tema Já Conhecidos (por você ou por todos) e novidades De Autores Ou Temas Completamente Desconhecidos (ao menos por você) e definir a atração que eles exercem sobre você segundo suas necessidades e desejos de novidade e não-novidade (da novidade que você busca no não-novo e do não-novo que você busca na novidade).
Tudo isso para dizer que, após ter percorrido rapidamente com o olhar os títulos dos volumes expostos na livraria, você se dirigiu a uma pilha de exemplares recém-impressos de Se um viajante numa noite de inverno, pegou um e o levou ao caixa para ver reconhecido o seu direito de possuí-lo.
Você ainda lançou sobre os livros em redor um olhar desgarrado (ou melhor: os livros é que o olharam com um olhar perdido como o dos cães nos cercados do canil municipal quando vêem um ex-companheiro ser levado na coleira pelo dono que veio resgatá-lo) e, enfim, saiu."

(CALVINO, Italo. Se um viajante numa noite de inverno. Companhia das Letras, 1990. 1a Ed. [Se uma notte d’inverno um viaggiatore, 1979] Tradução: Nilson Moulin. – p. 13 e 14)

E um beijo enorme pra Livraria Cultura e pra Companhia das Letras que acabaram com meu rico dinheirinho. 

segunda-feira, abril 15

Desermionizando

Faz um tempo já que as comparações com a Hermione começaram a surgir ao meu redor - totalmente injustas, ao meu ver. Acho injustas, sim, porque nunca estudei tanto quanto a personagem (alguém já estudou?), nunca me importei tanto assim. E, embora adore muito bibliotecas, jamais trocaria por, sei lá, Quadribol. E, definitivamente, não saio querendo estudar tudo, saber tudo, adiantando matérias e, não, nunca sei todas as respostas.

Enfim, quem me dera ser Hermione.

Mas o fato é que, principalmente depois de entrar na faculdade, estudar se tornou uma grande coisa pra mim. Uma grande coisa pra mim. Tão grande que eu me assustei quando percebi que era okay passar uns dias de cama me recuperando de um fim de semestre exaustivo ou ir parar no hospital com dores depois de noites em claro fazendo os trabalhos. Não, eu não chegava ao clássico "poderíamos ter morrido, ou pior, ter sido expulsos". Mas me incomodava profundamente a ideia de não conseguir terminar aquelas matérias.

Olho ao meu redor e não me acho tão louca assim, talvez uma louca numa terra de loucos, no máximo. As semanas para o fim diminuem proporcionalmente as horas de sono e todos realmente se desdobram pra conseguir fazer tudo e, no final... Conseguem.

E, sabendo disso, qual foi a minha surpresa quando eu percebi que não, não, eu não conseguiria. Não conseguiria. Porque não havia meios de fazer tudo. Não importasse quanto café, guaraná em pó, energéticos e quantas horas eu passasse acordada, me acabando, eu não conseguiria.

Lidar com a iminência do fracasso, por vezes, é mais difícil que fracassar. Porque, sem o baque, a tristeza e a desilusão, a iminência do fracasso é ainda mais cruel, é consciente, é dolorida. E é um difícil processo de aceitação.

Com muita dor, aceitei. E com não menos dor, desisti. E desistir pode doer. 

O processo todo me mostrou que o desejo de ser como ela me transportava cada vez mais perto da tal personagem, mas a conclusão me afastou um pouco. Ponderei, pensei. E fiz. Não, a vida não é só estudar. Há vida além da acadêmica. E não, não tem problemas nisso.

É, Mione, Ron estava certo, temos que rever prioridades. De vez em quando, pelo menos.

¹Um beijo pra língua portuguesa que me permite construções como esse título. Embora tenha cogitado Des-Hermionizando, preferi o atual, tornar o significado mais trabalhado. Enfim, um beijo muitomuito carinhoso.  


domingo, março 24

Impressões sobre Insurgente, de Veronica Roth

Terminei hoje, agora pouco, Insurgente, o segundo livro da série Divergente, cuja resenha está logo abaixo. Pelo segundo fim de semana consecutivo, Veronica Roth me deixou na cama, lendo desesperadamente uma tradução livre do seu livro (versão por Grupo Shadows Secrets, há, lembrei de pôr o nome!). Segundo fim de semana que eu esqueço tudo da faculdade, e me dedico à leitura, de algo não obrigatório, do jeito que só eu sei como me faz bem. É, realmente uma experiência incrível.

Agora, sobre o livro... O segundo é melhor que o primeiro. Se antes parecia muito focado na Tris, com alguns momentos em que eu vi algo de menininha boba e apaixonada, agora isso quase não existe. Tris assumiu sua força, sua capacidade de raciocínio, sem deixar de lado seu amor por Quatro, que surge mais misterioso nesse livro. Aliás, misterioso parece o clima do livro todo. São várias coisas acontecendo ao mesmo tempo no mundo do livro e o leitor tem que manter o foco e prestar atenção nos diferentes possibilidades que aparecem. Uma coisa muito legal é que a trama é mais espalhada, conhecemos outras facções, seus espaços, seus rituais, seus hábitos. É realmente interessante, mostra preocupação da autora em criar um mundo completo e real, com sentido e cheio de informações. A ação é mais complexa, mais pensada. A mesma coisa coisa pros sentimentos de Tris, ela se torna alguém muito mais complexa. Ler Insurgente me fez querer muito ler o terceiro livro (ainda sem nome, até onde eu sei), porque as expectativas aumentaram. Aguardarei ansiosamente outubro (outubro!) desse ano e as primeiras traduções online. Realmente gostei do livro, e estou esperando um final espetacular. E, vai, acho que já está empatando com Jogos Vorazes...

Fica pra qualquer dia dessa semana a resenha de Insurgent, creio eu. 

sexta-feira, março 22

Resenha: Divergente, de Veronica Roth

Divergente

Por Veronica Roth
Publicado em 2012 (no Brasil)
Editora Rocco
504 p

Divergente representa bem a categoria de livros a que representa. Publicado nos Estados Unidos, em 25 de abril de 2011, conta a história de uma Chicago futura, onde as pessoas se cansaram da existência das guerras e do "mal". A sociedade se dividiu, então, em cinco facções para cultivar virtudes, como forma de evitar problemas. São elas: a Abnegação, que acha que o perigo está no egoísmo; a Amizade, culpa a maldade; a Audácia, que acusa a covardia; a Franqueza, que vê na mentira o problema; e Erudição, que vê a fonte do mal na ignorância.

Essas facções têm suas próprias regras de conduta e até de vestuário. Têm suas próprias características e tudo é levado ao extremo. Não há uma moderação, algo como um meio termo. Enquanto os membros da Abnegação só podem se olhar no espelho uma vez a cada três meses, no dia do corte de cabelo programado, como forma de evitar a vaidade, os membros da Erudição são extremamente orgulhosos de si e de seu conhecimento. E na Franqueza, deve-se dizer toda e qualquer verdade.

As crianças, até seus 16 anos, frequentam a mesma escola, mas cada uma é criada aos moldes da facção em que nasceu (obviamente, é a facção dos pais e o casamento interfacção é impossível). Num determinado dia, tendo seus 16 anos, as crianças fazem um Teste de aptidão, e, numa cerimônia, no dia seguinte, elas escolhem a facção a que se filiarão. Elas têm o direito de entrar em qualquer facção, de acordo com suas aptidões e com o que acredita. Mas, uma vez que trocam de facção, perdem o contato e o relacionamento com suas famílias e, então, devem criar laços nas suas novas casas. Mas nada é tão simples, já que os jovens terão que enfrentar provas para mostrar que são verdadeiros representantes das qualidades que acreditam.

Beatrice (Tris) Pior é a protagonista e vive na Abnegação, mas não se sente altruísta o suficiente para seguir vivendo por lá. E tem medo de não se encaixar. Nervosa, ela faz seu teste de apitidão, que dá um resultado surpreendente. E, então, a escolha vai ser de sua total responsabilidade. E o caminho para se provar não vai ser fácil.

O primeiro livro conta essa escolha e o caminho que Tris percorre pra se provar digna da facção que escolheu, em meio ao medo e dúvidas ainda relacionadas ao seu teste de apitidão. Há um romance moderado, com nosso típico herói Quatro. Mas algo ainda maior acontece ao redor, algo que pode mudar o mundo como Tris conhece - e ela vai lutar para que essa mudança seja pra melhor.


Este é o primeiro livro da triologia de Veronica Roth, o segundo, Insurgent, foi lançado em 1º de maio de 2012, nos EUA e a Rocco prometeu para logo a divulgação da data de lançamento aqui no Brasil. O terceiro livro ainda não tem nome e tem previsão de lançamento pra outubro desse ano, nos EUA. Os ansiosos que se cuidem!



E o que a Lívia acha? Bom, as comparações com Jogos Vozares são inegáveis. São crianças num mundo futuro, postas a prova e lidando com muitas diferenças. Particularmente, preferi Jogos Vorazes, mas não acho Divergente nada menos que muito bom. A trama, embora óbvia em alguns pontos, te prende e eu fiz a leitura quase de uma vez. Não comprei o livro, li de um ebook traduzido por um grupo da internet, o Grupo Shadows Secrets e é como eu pretendo ler o segundo. Você quer saber mais como vai acontecer do que o que vai acontecer na história, mas é realmente muito bom. O Quatro é realmente um típico herói. E, apesar de forte e inteligente, Tris tem seus momentos de menininha fraca, indefesa e meio perdida. Não entende coisas óbvias, mas não é nada que me fez, como leitora, querer socá-la. A questão das facções fala um pouco das deturpações de ideais políticos, de como as ideias originais se perdem e o regime acaba meio opressor. É um tema sério, quero ler até o fim para ver o andamento que a autora vai dar, porém Roth já ganhou meu voto de confiança com a ideia de divergência. É uma noção que precisa ser dada aos jovens, de que a filiação a algo pode ser opressora, e a identificação (e eu não consigo não lembrar das minhas aulas sobre pacto de leitura) é grande. É realmente um livro muito bom! Recomendo! 
Uma nota de agradecimento à Ieska, que me indicou o livro. E gente que indica boas leituras merece sempre amor.


sexta-feira, março 15

Dia com cara de sofá

Tem dias que a gente acorda e pula da cama. Não, mentira, eu quase nunca pulo da cama, porque antes das 6h da manhã isso não é possível. Mas, enfim, tem dias que você acorda e consegue começar numa boa, pegar no ritmo, ir fazendo as coisas. E aí, um pouco mais tarde, umas nove da manhã, - um outro horário mais apropriado pra felicidade humana, creio eu - você está parecendo gente.

Mas, sinceramente, hoje não dá. O dia cinza, o sono acumulado, a preguiça, o friozinho que chegou de noite e fez a cama muito mais confortável, a cara de chuva... Hoje é um dia pra sofá. A vontade de se enrolar num edredom e enrolar o dia, até ele acabar. É... Um sofá, um cobertor, um bom filme ou um bom livro, uma bebida quente ou uma comida gostosa. O dia de hoje tem cara de Sessão da Tarde e se apelidou de Preguiça, muito prazer.




A foto ilustra bem o clima de preguiça na USP, ai, ai. 


A questão é que a vida agora é mais sobre superar a preguiça que curti-la, que triste é crescer.

quarta-feira, março 13

Absurdos.

(Absurdo é uma palavra que sempre gostei muito, e talvez seja uma pena usá-la nesse texto, gastar esse título tão lindo pra essa situação tão precária.)

 São Paulo é uma cidade de absurdos: em preço, em tempo, em trânsito, em quantidade, em ideias, em pessoas. Mas há absurdos que a gente não é obrigado a lidar, não.

Vamos lá. Dirigir embrigado é um absurdo e uma realidade. Atropelar alguém e não parar para socorrer é um absurdo e acontece, sim. Mas eu quase não consigo acreditar no fim dessa história (melhor, no desenrolar dessa história, já que cada dia é um absurdo novo). O indivíduo (que-não-posso-afirmar-mas-estava-sim) embriagado, voltando de um bar ou algo semelhante, atropela um ciclista às 5h30, que estava a caminho do trabalho, não para pra prestar socorro, e aí acha o braço amputado no banco de trás e, então, joga esse braço no córrego, impedindo qualquer tentativa de reimplante.

Então, hoje, chega a mim, este link, com a informação que "o laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou sinais de embriaguez no motorista do veículo, mas concluiu que Alex não estava embriagado. A Polícia Civil disse que irá questionar a conclusão do laudo."

De repente, a coisa parece uma grande piada pra mim, fico imaginando se não pode ser uma campanha publicitária dessas loucas que existem por aí, porque, sério... Não posso acreditar. Na comanda do bar, estavam marcados três doses de vodcas e um energético, o amigo que prestou depoimento disse que ele tomou "três ou quatro cervejas". Ele estava ziguezagueando a caminho de casa depois de passar a noite na rua. Mas o laudo do IML, feito quase seis horas após o acidente, apesar de ver sinais de embriaguez conclui que ele não estava...

Até quando teremos que lidar com, além dos absurdos situacionais, os absurdos da justiça estúpida que não vê coisas óbvias e os absurdos da impunidade? O exame clínico provou que ele tinha bebido, mas não atestaram embriaguez. Com a Lei Seca UltraMegaPlusAdvance aí, a pessoa faz tudo isso e seu advogado afirma que ele é um bom moço, sem antecedentes e que pode responder em liberdade, que ele estava em estado de choque, não bêbado, e ainda que ele fugiu por medo da reação das pessoas. Diz também que a família do motorista está assustada, porque quem acompanha o caso está exagerando...  

E já começam a falar que a ciclofaixa não estava ativa ainda (mesmo que os cones já estivessem lá, postos) e que o ciclista estava na contramão...

- Absurdo! - sou eu a cada nova leitura.


domingo, agosto 12

Força, garra, fé. Olimpíadas.

Adoro Olimpíadas. Adoro mesmo. De verão, de inverno. Paraolímpicas. Os jogos mais inusitados, os mais adorados por todo mundo. Os que o Brasil compete com chances de medalha, os que eu nem sabia que existia, menos ainda que se praticava no Brasil. Enfim, adoro bem tudo.

Mas, se é que posso quantificar dificuldades, eu acho que não tem nada mais difícil de esses pentatlos e decatlos da vida. E é justamente por isso que eu resolvi homenagear a brasileira do dia: Yane Marques.


Yane Marques é bronze. É bronze em Londres direto do interior do Pernambuco. É bronze no pentatlo moderno. Mais de 10h de prova. Esgrima, natação, hipismo e combinado de tiro e corrida. Provas muito diferentes, de habilidades diferentes e de um cansaço extremo. Mas ela fez tudo e correu o máximo que pode. Passar a linha de chegada e cair foi o momento mais emocionante dos Jogos pra mim. Era a superação de uma atleta fantástica que merece - e muito - o que conquistou.

Foi comum ouvir esses dias reclamações dos brasileiros que não ganharam nada, dos que não conseguiram o ouro e que se contentaram com a prata ou o bronze. Graças a umas almas um pouco mais conscientes, houve alguns textos de defesas sobre esse assunto, ressaltanto quanto é difícil  estar lá e que estar entre os dez, os vinte, os cinquenta ou os cem melhores atletas naquele esporte do mundo inteirinho já é um feito enorme.

Os meninos do futebol merecem um aparte. É muito triste não ter o ouro olímpico ainda. É horrível ver o jogo e não ver garra, não ver o time perdendo do jeito mais sofrido possível. Ser tudo simples como foi. Acho (não sei, não tenho dados e não quero tê-los) que essa é a seleção mais cara que já tivemos, em valor de mercado. Olhem por quanto esses meninos foram/estão sendo vendidos. E... Faltou garra, faltou crescer. Era só o méxico. E 89m30s pra empatar com um gol. E, não, a culpa aqui não é do Oscar naquele último lance. Com tudo isso de tempo, chega a ser ridículo pensar nisso. Eles estão frustrados, mas a frustração de quem torce e acredita (mesmo que eu raramente exiba minha fé) é demais. A raiva entalada na garganta. Quem sabe na próxima, um grito de felicidade. Quem sabe...

O vôlei, o vôlei. Meu xodó olímpico. Não foi tão dourado quanto sonhávamos. Horrível ver o crescimento da Rússia que perdeu totalmente os meninos. Emocionante ver as meninas conquistando depois de tantas críticas (quantas não foram minhas?). Sempre lindo o vôlei de praia. Sempre acolhedor o carinho de todos com esses atletas, o carinho dos narradores - o que foi o Nalbert fazendo questão de acolher o Serginho? o Carlão quase voando pra abraçar cada uma das meninas - o carinho de todos pelos nossos atletas de amarelo, sempre nos deixando orgulhosos. Foi duro ver o ouro escapar hoje, as dores que se acumularam com os depoimentos e a cara dos nossos meninos. Foi maravilhoso ver as meninas se acharem ontem e mostrar que perder o primeiro set com 14 pontos de diferença não fez diferença nenhuma. As meninas cresceram, estão aprendendo a lidar com o emocional. Os meninos vão crescer nessa derrota, alguns vão pegar o ouro no Rio 2016, certeza.

Fora isso, tantos outros vencedores. Tantos. Adriana Araújo ganhando seu bronze no boxe feminino. Os nossos maratonistas, que lutaram tanto. O choro do Franck Caldeira que entalou na minha garganta. É assim, esportistas que não estão sempre na mídia, que muitos só lembram de anos em anos, nos grandes eventos que a mídia faz o favor de divulgar. E que nos emocionam. Estão todos - todos! - de parabéns.

Que as dores sejam superadas logo, que as coisas boas prevaleçam. Londres 2012 acabou. Até o Rio 2016, bater nossas 17 medalhas, chegar a casa dos 20, hein? 


E eu fecho com a Yane, uma brasileira incrível, digamos.

Planos? Pff.

Sou dessas que faz planos. Esse tipo de pessoa horrível que planeja, espera, vai imaginando o futuro enquanto anda até o ponto de ônibus - e sem prazo certo, pode ser o meio do dia ou um acontecimento em trinta anos.

Quando reativei esse blog planejava escrever, planejava divulgar, planejava exercitar a escrita, fazer disso uma oficina descompromissada. Que inverdade.

Tento, agora, com essa postagem, não planejar postar mais. É difícil. A cada vez que tiro um pé do chão pra começar a caminhada, já estou me imaginando cruzando quadras e quadras a uma velocidade impressionante. Vida estranha é essa que a gente pensa sempre no futuro.

Mas é incrível como esse lado se ressalva na vida universitária. A constância de planos é tão inexistente que não sei. Entre tantas possibilidades, tantos quereres, oportunidades e tantas necessidades, nem Zeus ajuda a guiar. Difícil é manter o foco.

Manter o foco. É o que eu estou precisando, mas não tem receita. Acho que é a hora de ver todos os alvos e tentar atirar em todos. Pra quem não tem nada certo, o que vier é lucro. Expandir horizontes parece boa idéia. Mas... Fiquemos a tentar focar no horizonte inteiro. E fazer planos, planos, planos.

Esse texto mesmo, começou por uma via, vai terminar por outra. É o que acontece. Ele ia sem pretensão, não chegou longe, senta na beira da estrada. Esperando inspiração, esperando tema, esperando dedos que ajam freneticamente.

Quem sabe seja pra isso que possa funcionar esse blog? Fazer planos? Mas... Ah, não pensemos nisso na madrugada de sábado. Um outro dia.