domingo, agosto 12

Força, garra, fé. Olimpíadas.

Adoro Olimpíadas. Adoro mesmo. De verão, de inverno. Paraolímpicas. Os jogos mais inusitados, os mais adorados por todo mundo. Os que o Brasil compete com chances de medalha, os que eu nem sabia que existia, menos ainda que se praticava no Brasil. Enfim, adoro bem tudo.

Mas, se é que posso quantificar dificuldades, eu acho que não tem nada mais difícil de esses pentatlos e decatlos da vida. E é justamente por isso que eu resolvi homenagear a brasileira do dia: Yane Marques.


Yane Marques é bronze. É bronze em Londres direto do interior do Pernambuco. É bronze no pentatlo moderno. Mais de 10h de prova. Esgrima, natação, hipismo e combinado de tiro e corrida. Provas muito diferentes, de habilidades diferentes e de um cansaço extremo. Mas ela fez tudo e correu o máximo que pode. Passar a linha de chegada e cair foi o momento mais emocionante dos Jogos pra mim. Era a superação de uma atleta fantástica que merece - e muito - o que conquistou.

Foi comum ouvir esses dias reclamações dos brasileiros que não ganharam nada, dos que não conseguiram o ouro e que se contentaram com a prata ou o bronze. Graças a umas almas um pouco mais conscientes, houve alguns textos de defesas sobre esse assunto, ressaltanto quanto é difícil  estar lá e que estar entre os dez, os vinte, os cinquenta ou os cem melhores atletas naquele esporte do mundo inteirinho já é um feito enorme.

Os meninos do futebol merecem um aparte. É muito triste não ter o ouro olímpico ainda. É horrível ver o jogo e não ver garra, não ver o time perdendo do jeito mais sofrido possível. Ser tudo simples como foi. Acho (não sei, não tenho dados e não quero tê-los) que essa é a seleção mais cara que já tivemos, em valor de mercado. Olhem por quanto esses meninos foram/estão sendo vendidos. E... Faltou garra, faltou crescer. Era só o méxico. E 89m30s pra empatar com um gol. E, não, a culpa aqui não é do Oscar naquele último lance. Com tudo isso de tempo, chega a ser ridículo pensar nisso. Eles estão frustrados, mas a frustração de quem torce e acredita (mesmo que eu raramente exiba minha fé) é demais. A raiva entalada na garganta. Quem sabe na próxima, um grito de felicidade. Quem sabe...

O vôlei, o vôlei. Meu xodó olímpico. Não foi tão dourado quanto sonhávamos. Horrível ver o crescimento da Rússia que perdeu totalmente os meninos. Emocionante ver as meninas conquistando depois de tantas críticas (quantas não foram minhas?). Sempre lindo o vôlei de praia. Sempre acolhedor o carinho de todos com esses atletas, o carinho dos narradores - o que foi o Nalbert fazendo questão de acolher o Serginho? o Carlão quase voando pra abraçar cada uma das meninas - o carinho de todos pelos nossos atletas de amarelo, sempre nos deixando orgulhosos. Foi duro ver o ouro escapar hoje, as dores que se acumularam com os depoimentos e a cara dos nossos meninos. Foi maravilhoso ver as meninas se acharem ontem e mostrar que perder o primeiro set com 14 pontos de diferença não fez diferença nenhuma. As meninas cresceram, estão aprendendo a lidar com o emocional. Os meninos vão crescer nessa derrota, alguns vão pegar o ouro no Rio 2016, certeza.

Fora isso, tantos outros vencedores. Tantos. Adriana Araújo ganhando seu bronze no boxe feminino. Os nossos maratonistas, que lutaram tanto. O choro do Franck Caldeira que entalou na minha garganta. É assim, esportistas que não estão sempre na mídia, que muitos só lembram de anos em anos, nos grandes eventos que a mídia faz o favor de divulgar. E que nos emocionam. Estão todos - todos! - de parabéns.

Que as dores sejam superadas logo, que as coisas boas prevaleçam. Londres 2012 acabou. Até o Rio 2016, bater nossas 17 medalhas, chegar a casa dos 20, hein? 


E eu fecho com a Yane, uma brasileira incrível, digamos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário