sexta-feira, dezembro 2

Se você é jovem ainda...

A mais nova temática das redes sociais é sobre quão velhos estamos. Algumas das informações são realmente espantosas, a animação Shrek, por exemplo, já está comemorando seus dez aninhos e Macaulay Culkin já tem 31. Se você é do tipo viciado em redes sociais, lembra que o orkut precisava de convite? E que só eram permitidas 12 fotos no álbum?
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Pois é. É provável que você tenha, com as quatro informações sobre o "passado", rido e pensado 'É, estou velho'. E esse é um sentimento que parece que está marcando as gerações: aos vinte e quase nada (ou menos que isso!, ou mais, qual a diferença?) já temos tanta coisa acumulada que o sentimento de velhice nos domina.
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A frase "no meu tempo" deve ser uma das mais faladas, mas, esperem!, esse ainda é o nosso tempo. A expectativa de vida do brasileiro é de 73,5 anos, segundo notícia de hoje. A parte todas as filosofias à Amanhã não se sabe ou Pais e Filhos (e se você cantou a música do LS Jack saiba que ela foi trilha de Malhação em 2004), estamos ainda na parte de plantar, não de colher frutos.
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O que acontece, ao meu ver, é que o excesso de informação e as constantes mudanças fazem uma diferença enorme na nossa percepção de tempo. Numa conversa com meu pai, ele me explicou porque, depois de repetirmos várias vezes o mesmo caminho, ele parece mais rápido: da primeira vez, tentamos ver e apreender o máximo de imagens possíveis, forçando nosso cérebro e o cansando. Nas vezes que se seguem, passamos a apreender menos informação, daí nossa ilusão de que é mais rápido. É nesse princípio que os médicos indicam a quem tem tendência a ter Alzheimer, que façam pequenas mudanças nas suas rotinas, para que o cérebro seja obrigado a trabalhar e não simplesmente estar num "piloto automático".
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A mudança de perspectiva constante nesse texto faz com que você ache que ele é maior, por exemplo, mas, prometo, já estou chegando onde quero.
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Retomando, o excesso de mudanças fazem isso. Quando, em 2009, o Novo Acordo Ortográfico foi assinado, profetizei o seguinte diálogo: - Minha mãe era do tempo da trema... - E a minha então? Plutão era planeta quando ela 'tava na escola! - Não! Meu pai! Quando ele era criança, nem era pen-drive, era um tal de disco-quadrado!
(Pra constar, Plutão foi rebaixado em 2006.)
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Pois é. Disquete, você usou. Estréia do BBB, você viu. Bug do milênio, você sobreviveu. Mas, sabe, isso não te faz mais velho. O excesso de informações que só pertence ao passado realmente pesa, vemos em um par de anos um avanço tecnológico que correspondia a 50 e temos que estar a cada curto período de tempo nos adaptando - Darwin sentiria orgulho!
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O que eu realmente quero dizer é: somos a geração que mais vai viver, somos privilegiados e não podemos deixar que esse cansaço aparente nos afete. Plantar o sentimento de velhice pode ser perigoso, vamos escolher coisas melhores! Vamos querer viver os próximos vinte, e os próximos e não apenas comentar os vinte que já foram. A nossa experiência aos sessenta anos será invejável! E até Benjamin teria que rever sua opinião sobre o mundo moderno não ter mais histórias de verdade.
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Ps.: Se você cantou a musiquinha do Chaves quando viu o título (ou se leu o título e começou a cantar agora), é... Você cresceu!